há coisas que nem os cães querem comer!

A propósito de nem a Bee querer comer bolachas de esferovite, lembrei-me de uma história minha que também envolve um cão. Trata-se do acontecimento que me fez refletir sobre os meus talentos culinários (ou ausência deles) e tomar a decisão definitiva “longe dos tachos é que estou bem”.

Há uns bons anos atrás tivemos como membro da família um caniche que era o menino dos olhos de todos. O cão tornou-se de tal forma mimado e guloso que engordou de tanto… mimo…! Quando os sinais de excesso de peso se tronaram incontornáveis, o veterinário aconselhou que, para bem da saúde do animal, este passasse a comer uma ração light em quantidades diminutas que nada satisfaziam o estômago do cão habituado a alambazar-se. Ao ver-se, subitamente, privado de todas as delícias gastronómicas e quantidades astronómicas de comida a que estava habituado, o cão ficou tomado de tais desejos que passou a comer tudo o que caia ao chão. Ousado, assaltava o balde do lixo apesar das palmadas que tal ato lhe custavam.  Ao passear na rua, intrépido, fazia desaparecer para dentro do estomago tudo o que tivesse sido, um dia, passível de ser comido (ainda que já em vias de decomposição).

Como estarão os invulgares (e maus) hábitos alimentares de um caniche mimado relacionados com o facto de eu ter optado por uma vida tachos free?

Então foi assim, numa daquelas noites de SPM, fui acometida por um intenso desejo de comer ovos estrelados. Assim, arregacei as mangas, peguei numa frigideira antiaderente e pimba, parti um ovo lá para dentro. Parece fácil, não é? Pois, foi o que pensei mas a verdade é que, não me perguntem como, aquele ovo ficou tão mau que nem o cão que comia cabeças de peixe podres apanhadas na rua o quis! Cheirou e FUGIU!

Conclusão: o meu ovo estrelado deveria ser muito semelhante às bolachas de esferovite!