Há
quem encare os costumes arreigados pela sociedade, advindos de um modo de
pensar machista com base em crenças religiosas cuja única finalidade foram exacerbar
Deus cimo Homem e acabar com as
religiões tidas, na altura como pagãs, em que a mulher era considerada a Deusa
por ser ela que dava a vida. Nessa altura celebrava-se a vida, a colheitas e o
prazer de viver. A religião cristã veio destruir o culto da Mãe pelo reinado do
Homem cuja vontade se sobrepunha à mulher. Apoderou-se de rituais e símbolos pagãos
e conseguiu, com paciência e muita crueldade, submeter a mulher aos caprichos
do Homem numa sociedade escondida na sombra do pecado e do medo.
Este
modo de pensar durou tantos séculos que ainda hoje, apesar das mulheres
trabalharem tanto quanto os homens, serem possuidoras de iguais capacidades e
talentos e ainda de continuarem a propagar o milagre da vida, lhes é negada a
equivalência para com os homens e, salvo raras exceções, receberem menor
remuneração em cargos iguais. Como se não bastasse, ainda lhes é descarregado
em cima o peso de cuidar da família e de manter a casa limpa e apresentável.
Não
quero tornar este post numa
manifestação contra os homens nem num discurso de feminismo. Quero apenas
deixar que claro que sou uma mulher com capacidades intelectuais com momentos
de introspecção. Sou uma mulher com múltiplos interesses e que adora trabalhar.
Amo
a minha família e amo alguns amigos como se de familiares se tratassem. Sou
sensível e, tal como a muitas mulheres cujo coração é mais mole (do que o dos
manchos com M), fico com os olhos inundados de lágrimas quando vejo ou sei de
maus tratos a animais ou crianças. Tudo em mim é mesmo muito característico de
mulher. De MULHER! De mulher lutadora, que aceita e defende a igualdade de
hipóteses e diferencia as capacidades entre os sexos. Sou uma mulher que gosta
de se vestir como uma mulher, ser tratada como uma mulher, de forma
respeitadora, claro está.
Mas
não tenho de seguir todos os códigos de conduta sociais para que isso faça de
mim mais mulher que sou. É que em alguns casos a frase que fica tão bem “todos
diferentes, todos iguais em certas situações é olhada de esguelha.
Eu
sou uma mulher em quase tudo como as outras mas que nunca senti o apelo da
maternidade e que, na realidade, gosta de morar sozinha.
Será
que estas pequenas peculiaridades fazem de mim uma mulher menor que as outras?
Talvez,
mas não me aceitar a mim mesmo far-me–ia muito infeliz aos meus próprios olhos.
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