ainda existem boas pessoas

Não consigo ver um animal pequeno, perdido e com ar assustado no meio da rua. Não consigo esquecer; fica-me a corroer os pensamentos saber que vi um animal, uma cria indefesa, à beira da estrada e fechei os olhos da minha consciência, para me ser mais cómodo, deixando-o entregue à morte quase certa. Fiz isso uma vez e consumiu-me tanto que pensei “nunca mais”.

Assim acabo por levar para casa, por vezes a horas muito estranhas, pequenos gatos para os quais, tenho (até agora) conseguido encontrar um lar. Houve um para o qual foi um pouco mais difícil encontrar um dono, demorou-se em minha casa 3 dias. Mas a maioria nem um dia fica.

Ontem resgatei da rua, mesmo à berma da estrada, um periquito. Foi o meu primeiro periquito apanhado nas ruas. Deve ter fugido de uma gaiola, ainda com penas de cria e sem saber voar. Estava eu a correr quando vi aquela mancha amarela no passeio. Foi por um triz que não ficou esmagado debaixo de um pé!

Apanhei-o e levei-o para casa da minha mãe, que serve muitas vezes de babysitter aos animais encontrados na rua, onde ficou apenas até esta tarde. É verdade, já tem um dono e uma gaiola grande só para ele. Apesar de estar condenado a uma vida de cativeiro ainda assim é melhor do que a morte a que certamente estava sujeito.

Fico muito feliz! Por conseguir ajudar uma vida a ser salva e por saber que ainda há muita gente que se importa.

Fiquei sensibilizada com a Margarida que viu o meu post no facebook a perguntar se alguém estaria interessado em ficar com o periquito. A Margarida poderia ter continuado a ler outros posts mas não. Ela interrompeu a sua vida para ajudar a encontrar um dono para uma ave encontrada por alguém que ela nem conhecia. Houvessem mais pessoas assim e o nosso mundo seria um sítio bem melhor para se viver. Bem-haja, Margarida!