Entre os meus
amigos corre o boato (não despropositado) de que estrago os meus telemóveis num
instante. “Os telemóveis nas tuas mãos não duram nada” é o comentário
frequente. Bem, tem algum fundo de verdade: não raras vezes, os meus telemóveis
atiram-se para o chão por vontade própria (juro!)
É claro que com 2
meses de vida nas minhas mãos, o meu telemóvel já tentou o suicídio várias
vezes. Atualmente, raciocina de forma algo lenta, bloqueia várias vezes e a
bateria já não dura um dia. Até aqui, nada de novo. Mas na passada sexta-feira
o meu BB viveu uma experiência única!
Então foi assim que
aconteceu, na passada sexta: entrei no balneário do ginásio após umas boas
aulas de power jump e de body pump, transpirada de tal modo que
parecia que tinha chovido em cima de mim. Comecei a tirar para fora do cacifo a
minha tralha para tomar banho (tomar banho no ginásio para mim é uma trabalheira
que requer levar duas malas e ainda assim… há quem viaje com menos bagagem!)
Ora, enquanto
espalhava a minha tralha pelos bancos tentando organizar-me reparei numa colega
que lá estava a quem, já há uma semana, queria perguntar onde tinha colocado as
extensões de cabelo pois estão muito naturais. Nesse momento uma outra colega
(ouvi dizer que tem um blogue chamado “renhonhó, renhonhó, renhonhó”) irrompeu
pelo balneário com um Blackberry preto
na mão e, olhando para mim, ofegante, perguntou:
- Ana, este
telefone é teu?
Ao que eu, olhando
para o telemóvel desinteressadamente, respondi:
- Parece o meu.
- Vê lá – ofegou ela
passando-mo para as mãos. – É que ninguém o consegue desbloquear.
(“ninguém o
consegue desbloquear” = a 1 ponto MUITO favorável para a Blackberry)
Desbloqueei-o:
- Aqui estou eu com
a minha sobrinha. Parece que é o meu disse-lhe.
Problema resolvido!
Pelo menos para mim. Virei-me para a tal colega das extensões e perguntei-lhe acerca
da cabeleireira. E não é que a Ana F., que já podia ter um telemóvel novo para
fazer companhia ao seu ipod, lá
continuou a espernear e a refilar “tu não me ligas nenhuma! Eu aqui aflita
porque tinha o teu telemóvel na minha mala! E tu queres é falar de cabelos…
renhonhó, renhonhó, renhonhó…”
Então vamos lá a
ver a questão! Da outra Ana, pois eu não tive nenhuma.
A minha colega Ana
F. chegou ao balneário antes de mim (não sei como pois estávamos na mesma aula)
e começou a preparar-se para o banhinho. Ora, vai daí, encontra um telemóvel,
que não era seu, na sua mala. Entrou em pânico! Correu para a receção (por
sorte ainda estava vestida) para saber quem seria o dono do telemóvel. E,
enquanto várias pessoas a quem ela transmitiu a sua aflição tentavam, à vez,
desbloquear o meu telefone ela lembrou-se que eu tenho um Blackberry. Foi quando correu para o balneário, com a rececionista
no seu encalço, e me abordou no momento em que eu ia fazer a pergunta sobre as
extensões de cabelo.
Então, após
descobrir de quem era o telemóvel, qual era a aflição dela? Que eu pensasse que
ela mo tinha tirado! Daaah! Oh, Ana! Ainda que eu não trancasse os cacifos com
cadeado era mesmo o que eu iria pensar! Não tenho assim tão má consideração por
ti! BAH!
O que deve ter
acontecido, imagino, foi que entre a aula de jump e a de pump fui ao
balneário trocar de roupa (encharcada em suor) e aproveitei para ver se tinha algum
SMS. Depois devo ter aberto um qualquer cacifo e atirado com o telemóvel lá
para dentro! Nada que me surpreenda! Até considero que tive muita sorte porque
nem cheguei a dar pela falta do telemóvel, do qual sou totalmente dependente.
Ana F., descansa
que não te tenho em tão fraca consideração. O mesmo já não posso dizer do meu
cuidado para com os telemóveis pois quando sai do balneário vestida, penteada e
maquilhada deixei-o lá enfiado dentro de um cacifo e, mais tarde, tive que
voltar atrás…
Agora, imagina, se
eu tivesse como fundo do ecrã uma foto minha… despida! E que alguma das pessoas
a quem solicitaste ajuda tinha conseguido desbloqueá-lo? Aí sim, aí bem podias
ficar aflita e temer pela vida!